A peça de teatro “Se o mundo fosse bom, o dono morava nele”, do CENDREV – Centro Dramático de Évora, vai ser apresentada na quinta-feira, dia 23 de Setembro, pelas 21h30, na Praça da Liberdade, em Reguengos de Monsaraz. Organizado pelo Município de Reguengos de Monsaraz, este espectáculo de teatro de rua convoca o público a participar, numa fusão de actores, bonecos e músicos, subvertendo as unidades de tempo, lugar e acção, deixando soltar-se a imaginação dos espectadores.
“Se o mundo fosse bom, o dono morava nele” é uma peça escrita a partir de textos de Ariano Suassuna, Januário de Oliveira (Ginu) e Gil Vicente. Ariano Suassuna é uma referência incontornável da dramaturgia brasileira e a sua obra baseia-se nos romances e histórias do nordeste. Quanto à forma e ao tratamento, há uma clara tendência para aproximar a sua obra dos autos de Gil Vicente e do teatro espanhol do século XVII.
O CENDREV diz que “Mestre Ginu foi um exemplo na arte de “brincar” com os bonecos (mamulengos), constituindo-se um desafio que nos transporta para o nosso próprio universo do teatro popular. A experiência desenvolvida na companhia em torno deste género de teatro não terá sido indiferente a este projecto teatral, onde a relação directa com o público e o lugar acontecem”. Já quanto a Mestre Gil, a companhia considera que “como se trata de um espectáculo que também pretende falar do desconcerto do mundo, a sua presença era inevitável para explicar a marcha da sociedade que hoje, tal como ontem, privilegia o material e descura o espiritual”.
“Se o mundo fosse bom, o dono morava nele” é uma peça encenada por José Russo e Maria Marrafa, com cenografia, figurinos e bonecos de Inês de Carvalho. Esta dramaturgia que mergulha no universo popular para falar do desconcerto do mundo vai ser interpretada por Ana Meira, Alvaro Corte Real, André Penas e José Russo.
José Calixto, presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, afirma que “esta aposta num espaço ao ar livre tem como objectivo levar o teatro a todas as pessoas, especialmente às que têm menos apetência em assistir a estas iniciativas culturais”. O autarca refere que “será muito interessante transformar a principal praça da cidade, a Praça da Liberdade, numa sala de teatro ao ar livre com um espectáculo que interage com o público e o cativa durante toda a representação”.
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