O Museu do Oriente assinala os 150 anos do nascimento de Manuel Teixeira Gomes, antigo Presidente da República, no dia 24 de Maio, às 16h00, com a conferência “Teixeira Gomes, um grande republicano”, proferida por Mário Soares, e com uma visita guiada à colecção de objectos orientais do político escritor, em depósito neste espaço museológico.
Grande conhecedor da obra literária de Teixeira Gomes, Mário Soares é o anfitrião da conferência comemorativa do nascimento (27 de Maio de 1860, Vila Nova de Portimão) do sétimo Presidente da República Portuguesa. Esta é antecedida por uma visita guiada à colecção de peculiares objectos orientais que Teixeira Gomes reuniu ao longo da vida e que foram cedidas ao Museu do Oriente pelo Museu Nacional Machado de Castro, fazendo parte, actualmente, da exposição permanente “Presença Portuguesa na Ásia”.
Orientada por Fernando António Baptista Pereira, responsável pela concepção do Museu do Oriente, a visita realiza-se às 16h00 e permite aos participantes descobrirem os segredos da segunda maior colecção da Europa de pequenos frascos de rapé (tabaco em pó) de origem chinesa, habilidosamente trabalhados em materiais como o vidro, os cristais e o âmbar e minuciosamente coloridos com imagens em miniatura.
Da colecção fazem parte, também, peças de origem japonesa, como os inrô (pequenos contentores portáteis pessoais, elaborados em diversos materiais e embelezados com pérolas várias, ouro, prata, entre outros), as netzuke (fechos dos inrô em forma de máscara, com personagens caricatas, na sua maioria alusivas ao Teatro Nô) e as tsuba (guarda-mãos de espada, artisticamente elaborados em madeira, laca ou metal).
Manuel Teixeira Gomes iniciou o mandato como Presidente da República Portuguesa a 6 de Outubro de 1923, tendo renunciado ao cargo num período de grande conturbação política, a 10 de Dezembro de 1925. Acabou por se dedicar inteiramente à sua maior paixão – a escrita –, tornando-se numa referência no panorama literário português, com obras como “Cartas a Columbano” (1932), “Novelas Eróticas” e “Regressos” (ambos de 1935), “Miscelânea” (1937), “Carnaval Literário” (1939) e “Ana Rosa” (1941).
A 18 de Outubro de 1941 morre, em Bougie, na Argélia, onde residira nos últimos dez anos e onde é sepultado. Em 1950 os seus restos mortais regressam a Portimão, a sua terra natal.
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