O livro José Rodrigues Miguéis – José Saramago – Correspondência 1959-1971 (organização e notas de José Albino Pereira), publicado pela Caminho, vai esta semana para as livrarias.
1959-1971 – José Rodrigues Miguéis vive em Nova Iorque. Durante este período publica, na Editorial Estúdios Cor, Léah e outras historias (1958), Um Homem sorri à morte – com meia cara (1959), A Escola do Paraíso (1960), O Passageiro do Expresso (1960), Gente da Terceira Classe (1962), É Proibido Apontar – Reflexões de um burguês-I (1964), Nikalai! Nikalai! Seguido de A Múmia (1971). E prepara, entre outros livros, O Milagre segundo Salomé.
1959-1971 – José Saramago trabalha na Editorial Estúdios Cor. Entra como director de produção mas rapidamente se torna editor. É ele que publica os livros atrás referidos, enquanto, como autor ele próprio, publica Os Poemas Possíveis (1966), Provavelmente Alegria (1970), Deste Mundo e do Outro (1971).
A correspondência que aqui se colige, entre o autor e o seu editor, abarca este período fecundo da actividade literária de José Rodrigues Miguéis e nela estão reflectidos todos os problemas que neste campo surgem – os contratos de edição, a editora que atrasa a edição do livro, o autor que atrasa a entrega do novo original, a circulação das provas, a definição da mancha gráfica, a escolha do papel, as capas, a promoção do livro e a falta dela, a boa ou má colocação do livro nas livrarias, as contas, os pagamentos…
Mas tem muito mais do que isso: apreciações literárias sobre livros próprios e alheios, aspectos relativos à Censura, comentários políticos (assassinato de Kennedy, assalto à Sociedade Portuguesa de Escritores), dúvidas e certezas de Miguéis sobre os seus livros, dúvidas e certezas de Saramago sobre os seus poemas, aspectos relevantes sobre a vida pessoal, etc. Tendo tudo como pano de fundo a amizade entre dois homens que se respeitavam e se admiravam.
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