A Porto Editora apresenta, amanhã, a obra de estreia na prosa do poeta moçambicano Luís Carlos Patraquim. A canção de Zefanias Sforza, que conta com uma belíssima pintura do reputado Roberto Chichorro na capa, é um retrato da realidade político-social da soberania de Moçambique e chega às livrarias precisamente trinta e cinco anos depois da proclamação da independência daquele país.
O evento de lançamento do livro está inserido nas comemorações oficiais dos trinta e cinco anos da independência de Moçambique, organizadas pela Embaixada, e tem lugar na Universidade Lusófona de Lisboa, amanhã, às 17:30. O próprio Embaixador, Miguel M’Kaima, e a poetisa angolana Ana Paula Tavares vão fazer a apresentação.
A curiosidade gerada pela estreia de Patraquim na prosa é muito grande, em especial se tivermos em conta que se trata de um dos maiores poetas de língua portuguesa – foi, aliás, membro do júri do Prémio Camões 2009 –, com uma carreira de mais de trinta anos. Luís Carlos Patraquim nasceu em Moçambique, esteve refugiado na Suécia e vive em Portugal há mais de vinte anos. Possui um percurso profissional ligado, também, ao teatro e ao cinema, como autor de peças e argumentos, e ao jornalismo – dirigiu a Gazeta de Artes e Letras da revista Tempo, fundou a Agência de Informação de Moçambique, onde entre outros trabalhou com Mia Couto, foi consultor do programa Acontece, de Carlos Pinto Coelho, comentador da RDP África e colaborador de órgãos como o JL, o Expresso, o Público ou até a BBC.
A canção de Zefanias Sforza integra a colecção Literatura Plural, que já conta com dois livros de Vítor Burity da Silva, e vai estar à venda, também, em Angola e Moçambique, através da Plural Editores Angola e da Plural Editores Moçambique, que integram o Grupo Porto Editora.
O enredo
Quem não conhece Zefanias Sforza? Ninguém, é verdade. Mas embora nenhuma rua desta cidade lhe assinale nome, e nem busto ou estátua, a possibilidade de isso vir a acontecer é mais verosímil do que alguns pensam. Zefanias Plubius Sforza, afirmo-o com a dúbia convicção de um mero tabelião de afectos e descasos, foi um cidadão, ou tentou ser, e isso já não é pouco.
Tendo como palco a cidade de Maputo, microcosmos do país que emerge com a proclamação da independência, esta é a estória de uma personagem improvável, tão improvável quanto possível,seus casos, sonhos e atribulações. O leitor perceberá que o excêntrico apelido e a particular idiossincrasia não são o melhor dos aliados num tempo e lugar em permanente ebulição.
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