Cairo, 1942. A II Guerra Mundial está no auge e a Campanha na África assola a costa norte do Egipto até al-Alamein. A família Akif refugia-se no histórico e fervilhante Bazar do Cairo, Khan al-Khalili, pois acredita que os alemães nunca bombardearão uma das zonas mais emblemáticas e religiosas da cidade. O confronto entre novo e velho, religioso e laico, histórico e moderno, ontem como hoje, está na base daquele que é o sétimo romance – publicado pela Civilização – de Naguib Mahfouz, o único escritor árabe vencedor do prémio Nobel de Literatura (em 1988). Os seus livros são traduzidos directamente do Árabe pelo tradutor egípcio, Badr Hassanein.
Naguib Mahfouz foi um homem à frente do seu tempo. Muito antes de se verificarem as concentrações na Praça Tahir, que recentemente conduziram à queda do regime de Hosni Mubarak, “Mahfouz foi escritor numa época em que as pessoas com uma caneta poderiam ser heróis. Ícones do espírito nacional. […] A marca duradoura de Mahfouz no mundo será seguramente uma medida da profundidade da sua convicção no poder da ficção – na capacidade de o mito e a história serem linhas orientadoras na nossa vida”, escreveu o Washington Post logo após a sua morte.
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