Inserido no Festival Temps d’Images
Saber quem somos e o que fazemos implica aceitar de onde vimos. Partilhamos influências e referências. Inspiramo-nos em artistas com quem trabalhámos e outros houve de quem apenas fomos seus espectadores. Fizemos um levantamento de cenas, momentos de peças que nos marcaram, processos de trabalho. Abordámos tabus sexuais, regressámos à exposição do corpo e fomos surpreendidos pelo facto dos nossos corpos poderem servir de empréstimo a um desejo de ruptura projectado por terceiros. Uma frase, fixada na parede de um restaurante, serviu-nos de mote: “dança como se ninguém estivesse a ver-te”.
Objectivando a nossa presença, a nossa nudez, o nosso estar perante o outro, incluímos a fotografia, ou melhor ainda, a pose fotográfica e com ela uma certa ideia de realidade legada ao futuro. As imagens no tempo, as imagens através do tempo, inspiram histórias. Sentimo-las, a essas imagens fixas, a produzirem matéria para c riar sentidos, narrativas. E no entanto, não sentimos estar a produzir ou a viver uma história. E mesmo assim resistimos a criar história, ou a revivê-la.
Queríamos antes, e queremos ainda, estabelecer um espaço a partilhar e a ser inscrito pelo público que há-de vir. Apercebemo-nos então de que o único adereço de cena com que vínhamos trabalhando – um sofá – era ele próprio um marco a definir presenças e ausências: quem ficava, quem esperava, quem partia, quem voltava.
quarta 3 a segunda 8 Novembro
segunda a sábado 21h30
domingo 18h00
Sala de ensaios
12€ / <30 anos 6€
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