“É proibido proibir!”, “Debaixo das pedras da calçada, a praia!” e “Quanto mais faço amor mais tenho vontade de fazer a revolução (e vice-versa)” são três slogans, escritos nas ruas de Paris em 1968, por entre graffitis e cartazes, que traduzem bem o espírito de libertação, contestação e revolução sexual em curso. Enquanto se discutia apaixonadamente, dia e noite, um novo futuro, a sociedade de consumo, as instituições e a moral vigente, fazia-se a apologia do prazer e do amor livre, recusando os costumes e as normas sociais. No outro lado do Atlântico, gritava-se Make Love, Not War. Vivia-se sob o espírito da contracultura e do flower power.
As palavras e a música d’É proibido proibir! que Caetano Veloso cantou em 1968 no âmbito do movimento Tropicália recebem os visitantes e dão o mote para o que esta exposição quer evocar: o final dos anos 60 e o início dos anos 70, como um tempo de forte contestação, experimentalismo, multiculturalismo, demolição dos estatutos e procura de uma plena liberdade.
No design, uma revolução estava também em curso. É essa revolução que esta exposição apresenta porque muitas das atitudes, pesquisas e reflexões do nosso tempo podem encontrar neste período os seus antecendentes, resultam dessas rupturas e utopias, nomeadamente a consciência e o compromisso de intervenção do design (presente nos movimentos de anti-design) ou o gosto claro pela experimentação e contaminação com as outras artes.
A exposição vive ainda de um grande suporte de imagem em movimento, da palavra escrita e da música, incluindo os principais nomes que revolucionaram este período.
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